sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Jardim




O nosso corpo é como um jardim, um espaço onde o jardineiro de serviço é a nossa alma e onde podemos plantar todas as flores que vão passando pela nossa vida. Nessas flores que passam pela nossa vida, temos de tudo um pouco: flores linda e coloridas que nos alegram, flores bonitas mas com espinhos que nos incentivam a seguir em frente depois de uma picada, cactos secos e espinhosos que nos mostram que nem tudo são rosas, ervas daninhas que tentam estragar o jardim... Todas nos ensinam alguma coisa e têm o seu papel no nosso jardim. Os cactos e ervas daninhas, são as que mais magoam, são aquelas que nos mostram que nem tudo na vida é bom e que há muita coisa má, mas ajudam em muito... As ervas daninhas por exemplo, devem ser arrancadas, mas não devem ser deitadas fora, devem ser enterradas e usadas como adubo que nos faz dar valor ás outras flores, àquelas que têm raízes tão profundas que chegam ao nosso coração e que mesmo que não lhes dêmos atenção, elas sabem sempre compreender-nos, alegrar-nos e colorir a nossa vida.

Esta nas nossas mãos arrancar as ervas daninhas e deixar florir o jardim à sua vontade sem limites.... Somos nós que escolhemos como queremos o nosso jardim e somos nós que temos o dever e o poder de o podar à nossa imagem e à imagem da nossa alma...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Destino...


Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espectaculo de beleza rara. O barco, impulsionado pela força do vento, vai ganhando o mar azul e parecenos cada vez menor. Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram. Quem observa o veleiro desaparecer na linha do horizonte, certamente exclamará: " Já se foi ", terá desaparecido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não se evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele contnua o mesmo. E talvez, no exacto instante em que alguem diz: " já se foi ", haverá outras vozes, mais alem, a afirmar: " lá vem o veleiro ". Assim é a morte. Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos desaparecer na linha que separa o visivel do invisivel dizemos: " já se foi ". Terá desparecido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado. Conserva o mesmo afecto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que nao mais necessita no outro lado. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: " já se foi ", no mais além, outro alguém dirá feliz: " já está a chegar ". Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena. A vida jamais se interrompe, nem oferece mudanças espectaculares, pois a natureza não dá saltos. Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afectos e desafectos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessáro.

Amizade...


Dois amigos viajam pelo deserto e num determinado ponto da viagem discutiram. Um deles bateu na cara do outro. O outro ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia: Hoje, o meu melhor amigo bateu-me na cara. Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram tomar banho. O que tinha sido esbofeteado começou a aforgar-se, mas foi salvo pelo amigo. Depois de se recuperar pegou num canivete e escreveu numa pedra: Hoje o meu melhor amigo salvou-me a vida. Intrigado, o amigo perguntou: - Porque, e que depois de te bater escreveste na areia e agora na pedra ?
Sorrindo, o outro amigo respondeu: - Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar; porem quando nos faz algo de grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração, onde vento nenhum do mundo poderá apagar...